Mais de 30 médicos de diferentes especialidades participaram da aula organizada pelo Núcleo Integrado de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, sobre Atualização em Nódulos Indeterminados de Tireoide, na quinta-feira, 15/12, em Florianópolis.
Os três palestrantes convidados abordaram novas opções de tratamento que possibilitam o reconhecimento e classificação do nódulo, além do tratamento mais adequado e exemplos registrados pela literatura médica e artigos científicos relacionados ao tema.
Nódulo de citologia indeterminada: A correlação com ultrassom pode ser útil?
A médica endocrinologista e doutora em endocrinologia clínica pela Universidade Federal de São Paulo – Unifesp, Rosália Padovani, falou sobre “Nódulo de citologia indeterminada: A correlação com ultrassom pode ser útil?”. De acordo com ela 77% dos nódulos indeterminados são benignos, por isso, a importância da melhor decisão por parte do médico especialista ao adotar o tratamento mais adequado à situação do paciente. “O desafio do médico é sempre decidir por um método menos invasivo ou então que evite a cirurgia”.
A endocrinologista trouxe informações e comparações entre os métodos mais utilizados no tratamento, como a punção aspirativa por agulha fina (PAAF), a ultrassonografia da tireoide, a biopsia, tomografia por emissão de pósitrons e por último, destacou como nova alternativa para detecção do câncer de tireiode, testes moleculares. “A solicitação do teste molecular pode ser uma alterativa interessante nos casos em que os resultados da ultrassonografia, bem como, da citologia forem indeterminados ou suspeitos”, ressaltou.
Testes Moleculares para nódulos de tireoide: Uso Diagnóstico, Prognóstico e Terapêutico
O segundo palestrante do evento foi o cientista-chefe da Onkos e doutor em genética humana e biologia molecular do câncer pela Unicamp e Universidade Clínica de Colônia, na Alemanha, Marcos Santos. Em sua explanação sobre “Testes Moleculares para nódulos de tireoide: Uso Diagnóstico, Prognóstico e Terapêutico”, Marcos apresentou os testes moleculares disponíveis no mercado, sendo que no Brasil o único disponível é o teste molecular mir- THYpe.
De acordo com ele, essa tecnologia realiza a análise molecular nas células e avalia o perfil dos micro-RNAs através de um algoritmo e ao final classifica a amostra em positiva ou negativa.
De acordo com os dados apresentados pelo cientista, um resultado negativo no Mir-Thype confirma a presença de um nódulo benigno em 96% dos casos, enquanto que um resultado positivo, confirma a presença de um nódulo maligno em 72% dos casos.
Uso de Core biopsy em nódulos de tireoide de citologia indeterminada
O cirurgião de cabeça e pescoço, Gustavo Philippi de Los Santos abordou o Uso de Core biopsy em nódulos de tireoide de citologia indeterminada. Ele explicou que é um procedimento de biópsia onde é retirado pequenos fragmentos de um nódulo na tireoide, através de uma agulha grossa. O tratamento é guiado por um ultrassom, que localiza o nódulo e suas estruturas com bastante precisão.
Gustavo destacou que o procedimento possui baixa taxa de complicações, em torno de 0,81%. Desde que começou a realizar a ablação, os resultados obtidos foram a detecção de nódulos benignos em 78% dos casos, evitando assim a realização de cirurgia.
