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Cirurgia da Tireoide – Como é e Indicações

jan 30, 2018 | Artigos, Cirurgias, Conteúdo para pacientes

A tireoide é uma glândula que produz um hormônio importante na regulação do metabolismo e na função de órgãos importantes como o coração, o cérebro, o fígado e os rins. Ela produz os hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). Dessa forma, garante o equilíbrio do organismo.

Ela atua diretamente no crescimento e desenvolvimento de crianças e de adolescentes, na regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, no peso, na memória, na concentração, no humor e no controle emocional. Quando a tireoide não funciona corretamente, pode liberar hormônios em quantidade insuficiente (hipotireoidismo) ou em excesso (hipertireoidismo).

A função da tireoide pode ser substituída com a ingestão do hormônio tireoidiano sintético, a levotiroxina sódica.

A glândula possui forma de borboleta (com dois lobos) e se localiza na parte anterior do pescoço, logo abaixo do Pomo de Adão (Cartilagem Tireoide). Figura 1

Figura 1

A cirurgia da tireoide (Tireoidectomia) é indicada nas seguintes situações:

1- Tratamento do câncer já diagnosticado ou na suspeita de malignidade (lesões foliculares).

2- Nódulos volumosos com compressão de estruturas cervicais ou com nódulos apresentando crescimento constante.

3- Hipertireoidismo refratário a tratamento clínico,

4- Estética, quando nódulos geralmente mais anteriores produzem abaulamentos cervicais.

A Tireoidectomia pode ser total ou parcial (lobectomia), a depender do motivo pelo qual a cirurgia está sendo realizada.

A Tireoidectomia é uma cirurgia extremamente delicada pois a glândula tireoide encontram-se próxima a estruturas importantes e delicadas do pescoço, como as veias jugulares internas, as artérias carótidas, nervos e outras glândulas. No entanto, quando é feita por profissional habilitado e experiente é raro haver complicações importante e definitivas, mesmo em casos de câncer.

As principais estruturas a serem preservadas são: Figura 2

1- Nervos Laríngeos Recorrentes, responsáveis pela fonação (fala),

2- Glândulas Paratireoides, responsáveis pela produção do Hormônio PTH que regula o metabolismo do cálcio.

Figura 2

A recuperação da cirurgia é simples, sendo necessário evitar fazer esforços físicos para evitar inchaço e sangramento no local da cirurgia, ficando uma pequena cicatriz no pescoço.

Como é feita a cirurgia para retirar a tireoide

“Uma cirurgia bem realizada é o mais importante passo na cura do câncer de tireoide, evitando também sequelas nos casos de nódulos benignos”.

A cirurgia de tireoide é feita com anestesia geral e durante a operação, que demora cerca de 1 a 2 horas, o médico faz um corte no pescoço permitindo observar e retirar a tireoide.

Geralmente, antes da cirurgia, deve-se fazer 8 horas de jejum e evitar o uso de alguns medicamentos a serem orientados pelo seu cirurgião e anestesiologista.

Após a abertura das estruturas que estão na frente da tireoide (pele, subcutâneo e músculos) o cirurgião localiza e disseca inicialmente um lobo da tireoide, localizando e preservando, meticulosamente, o nervo laríngeo recorrente e as paratireoides superior e inferior. Após, realiza o mesmo procedimento contra lateralmente! Figura x

Na maioria dos casos, o paciente regressa a sua residência no dia seguinte, ficando internando por 1 dia, uma vez que é raro o surgimento de complicações após as primeiras 24hs. Além disso, em alguns casos além de remover a tiroide pode ser necessário retirar linfonodos (ínguas) que se encontram no pescoço, sendo conhecido por Esvaziamento ou Linfadenectomia cervical.

O que acontece depois de retirar a tireoide

Geralmente, a cirurgia à tireoide não traz complicações, porém as consequências mais comuns incluem:

·Dor de garganta e tosse, que pode causar dificuldade de comer e, que normalmente reduz ao fim de 1 semana, estando relacionadas com a inflamação da área operada;

·Alterações na voz, como rouquidão e cansaço em falar que normalmente passa espontaneamente após alguns meses, sendo em alguns casos necessário treino de voz (fonoaudiólogo);

·Diminuição temporária dos níveis de cálcio no sangue, pois próximo da tireoide encontram-se as glândulas paratireoides que produzem um hormônio conhecido por PTH, responsável por regular o nível de cálcio no sangue;

·Hematoma no pescoço, raro, que pode provocar dor, inchaço e dificuldade em respirar.

Como é feito um corte no pescoço, é normal ficar com uma cicatriz fina que pode variar entre 3 a 15 cm.

Como é a recuperação depois de retirar a tireoide

O pós-operatório da cirurgia de tireoide dura cerca de 1 mês e durante esse tempo deve-se evitar fazer esforços físicos, como correr ou atividades domésticas intensas para evitar o desenvolvimento de inchaço e sangramento no local do corte. No entanto, não é necessário repouso total, podendo-se andar, trabalhar e mexer o pescoço na semana seguinte à operação.

Ao final das cirurgias, em alguns pacientes, pode ser utilizado um dispositivo conhecido por dreno, utilizado para retirar o excesso de líquidos e sangue que possam a vir acumular no local da cirurgia. Geralmente são retirados no dia seguinte à cirurgia.

Como é normal sentir alguma dor o médico prescreve analgésicos e anti-inflamatórios durante a internação e no momento da alta. Como também, o paciente já vai de alta usando o hormônio tireoidiano.

Além disso, fica-se com um curativo no pescoço, no local onde foi feito o corte, para evitar o contato com bactérias e sujeiras, além de proteger do sol. Deve-se evitar molhá-lo por alguns dias. Esse curativo será retirado pelo seu cirurgião no momento do retorno ao consultório.

Como viver sem tireoide

É possível viver sem tireoide porque os hormônios produzidos por este órgão podem ser substituídos por remédios em comprimidos com a substância chamada de Levotiroxina Sódica, a qual é a forma sintética (feita em laboratório) do hormônio produzido pela Tireoide. Devem ser tomados de manhã em jejum, e as principais marcas são: Euthyrox, Levoid, Puran T4 e Synthroid.

Depois de remover a tireoide totalmente, estes medicamentos devem ser tomados por toda a vida, para manter o nível de hormônios estável e evitar sintomas de hipotireoidismo.