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Iodoterapia: indicações e cuidados

set 5, 2019 | Artigos, Conteúdo para pacientes, Tireoide, Tratamentos

A Iodoterapia é altamente eficaz e segura, mas exige uma série de cuidados especializados. Ela deve ser realizada por médicos especializados em Medicina Nuclear, que utilizam quantidades mínimas de radiação para o diagnóstico e tratamento de doenças. 

“No caso da Iodoterapia, o radiofármaco utilizado é o iodo radioativo (131). Ele é administrado via oral.” – Dr. Fábio Figueiredo Ribeiro, Médico Nuclear (CRM-SC 4745 / RQE 3317).

Indicações

A Iodoterapia é indicada em dois casos:

Doenças que levam ao Hipertireoidismo:

O Hipertireoidismo é caracterizado pela produção em excesso dos hormônios T3 e T4 pela glândula tireóide. Em pacientes com doenças de Plummer e Graves, a Iodoterapia é indicada nas situações em que o tratamento convencional não apresenta resultados.

“Há também os casos em que o paciente apresenta alergias aos medicamentos convencionais ou associação do Hipertireoidismo com outras doenças (especialmente as cardíacas).” – Dr. Fábio Figueiredo Ribeiro, Médico Nuclear (CRM-SC 4745 / RQE 3317).

Câncer de Tireoide: 

A Iodoterapia pode ser um tratamento complementar à cirurgia de câncer de Tireoide. Em pacientes que foram submetidos à retirada da Glândula Tireoide (tireoidectomia total), pode ser necessário o tratamento complementar com Iodo Radioativo.

“Por mais experiente e qualificado que seja o médico cirurgião, é possível que pequenos resquícios de tecido tireoidiano, que a cirurgia não conseguiu retirar completamente, permaneçam no corpo do paciente. Nesse caso, o papel da Iodoterapia é eliminar essas sobras de tecido, evitando recidivas.” – Dr. Fábio Figueiredo Ribeiro, Médico Nuclear (CRM-SC 4745 / RQE 3317).

Além disso, a Iodoterapia ainda auxilia no tratamento de metástases do câncer de Tireoide.

Cuidados antes da Iodoterapia

Para poder realizar o tratamento com Iodoterapia de forma segura e eficaz, o paciente precisa seguir algumas orientações:

  • Suspender, por 30 dias, o uso dos hormônios tireoidianos que são prescritos logo após a retirada da glândula. Para os pacientes que não podem ficar tanto tempo sem o hormônio, usa-se outra medicação, o TRH Recombinante.
  • Realizar uma dieta pobre em Iodo, evitando o consumo de peixes, frutos do mar e algas marinhas.
  • Evitar o contato com medicamentos e produtos que possuam Iodo, como maquiagens, esmaltes e sabões específicos.
  • Realizar jejum de pelo menos 4 horas no dia do tratamento. Essa conduta auxilia a potencializar a absorção do iodo radioativo pelo estômago.

Durante o tratamento, os pacientes com câncer na Tireoide que precisam de doses de iodo menores de 50 mCi poderão retornar para casa. Já aqueles que precisam de doses maiores de 50 mCi devem ficar internados. A internação acontece em um quarto especial, que possui proteção específica contra radiação. Essa medida de segurança é indispensável, pois evita que as pessoas ao redor sejam atingidas pela radiação.

Também é recomendado que os pacientes da Iodoterapia bebam bastante líquidos durante o tratamento. Assim, estimula-se a eliminação de radiação pela urina. Além disso, balas azedas e frutas cítricas, que estimulam a salivação, também são indicadas. Elas ajudam a evitar que o iodo radioativo se acumule nas glândulas salivares, reduzindo as chances de efeitos colaterais como a “boca seca”.

Efeitos Colaterais da Iodoterapia 

Os efeitos colaterais da Iodoterapia podem ser agudos (imediatos) ou crônicos. Na tabela a seguir, estão os mais comuns: 

Efeitos colaterais da Iodoterapia

Como forma de amenizar os sintomas, os pacientes da Iodoterapia geralmente utilizam medicamentos específicos para os enjoos. Medicações anti-inflamatórias também podem ser prescritas, no caso de inflamação das glândulas salivares. No caso de ressecamento dos olhos, pode-se utilizar lágrimas artificiais. Possíveis perdas no paladar costumam ser corrigidas naturalmente em até 3 meses. 

“As doses de Iodo, em centros de referência como a clínica Bionuclear, são planejadas caso a caso e respeitam a individualidade e a saúde de cada paciente. Assim, os efeitos colaterais tendem a ser os mínimos possíveis, variando caso a caso.” – Dr. Fábio Figueiredo Ribeiro, Médico Nuclear (CRM-SC 4745 / RQE 3317).

Sobre o autor: Dr. Fábio Figueiredo Ribeiro é Cardiologista e Médico Nuclear (CRM-SC 4745 / RQE 3317). É diretor e responsável técnico médico pela Clínica Bionuclear, em Florianópolis/SC.