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Efeitos Colaterais da Quimioterapia: como minimizar?

nov 12, 2020 | Artigos, Conteúdo para pacientes, Tratamentos

Vimos no texto “Quimioterapia no tratamento do Câncer de Cabeça e Pescoço” que este tratamento possui três tipos de indicações principais. E que, dependendo de cada caso, os efeitos adversos da quimioterapia podem ser diferentes.

“O objetivo da quimioterapia é induzir a morte das células tumorais. Para isso, são usados esquemas de medicações que ‘apelidamos’ de quimioterapia. Cada esquema de  tratamento utiliza tipos de medicamentos e doses diferentes, com perfis de toxicidade distintos.” – Dr. Fabrício Pontes Grando, Médico Oncologista (CRM 27939 / RQE 19193).

Efeitos da quimioterapia

Os efeitos indesejáveis da quimioterapia costumam ser vômito, náusea, sensação de cansaço e diarreia. No entanto, as intensidades desses sintomas podem ser diferentes. Se considerarmos os principais esquemas de tratamento, as toxicidades mais comuns são:

  • Quimioterapia de indução (realizada antes da radioterapia): os efeitos adversos da quimioterapia costumam ser bastante intensos. Nela, é usada uma combinação com 3 classes diferentes de medicamentos para obter a maior redução possível do tamanho do tumor.
  • Quimioterapia definitiva (realizada concomitantemente à radioterapia): a tolerância desse tratamento é melhor em comparação com a quimioterapia de indução. Nessa modalidade, apenas um medicamento é utilizado e o principal efeito adverso é a náusea e o vômito.

Na quimioterapia definitiva, as aplicações são feitas periodicamente a cada uma ou três semanas, dependendo da avaliação médica. O objetivo é fazer com que as células neoplásicas fiquem mais sensíveis e, com isso, levando a um melhor resultado da radioterapia

Nessa fase, as principais toxicidades do tratamento combinado entre quimioterapia e radioterapia são feridas na boca, dificuldade para engolir e boca seca. Elas são, na maior parte, consequência da radioterapia. 

  • Quimioterapia paliativa (realizada em pacientes com recidivas irradiadas, que não podem ser operadas ou quando há metástases): o objetivo é reduzir o tamanho e velocidade de crescimento do câncer, levando ao controle dos sintomas e aumentando a sobrevida do paciente. 

Atualmente, a quimioterapia paliativa costuma ser associada à modernas terapias, como terapias que atuam em um alvo tumoral ou agem estimulando o sistema imunológico a reconhecer as células malignas. 

Com esses tratamentos, é comum que o paciente apresente como consequência lesões de pele e surgimento de doenças autoimunes. 

Reduzindo os efeitos ruins da quimioterapia

As medicações utilizadas no tratamento dos cânceres de cabeça e pescoço, além de causar vômito, náuseas, sensação de cansaço e diarreia, podem provocar problemas em órgãos como os rins.

“Um dos efeitos indesejáveis mais comuns da radioterapia associada à quimioterapia, é a dificuldade para engolir. Por isso, é muito importante que os pacientes sejam acompanhados com frequência para avaliar se estão nutridos e hidratados. Em alguns casos, sonda nasoenteral pode ser utilizada para garantir a adequada ingestão alimentar.” – Dr. Fabrício Pontes Grando, Médico Oncologista (CRM 27939 / RQE 19193).

Problemas de sensibilidade nas extremidades e de audição também podem ser consequência da quimioterapia no câncer de cabeça e pescoço.

As características dos paciente com maior probabilidade de ter esses problemas são:

  • Idade avançada;
  • Diabetes;
  • Problemas renais prévios;
  • Problemas auditivos prévios.

Exames de sangue e exames específicos para avaliar o funcionamento dos órgãos devem ser realizados periodicamente. 

“Dessa forma, o médico oncologista pode avaliar com maior segurança os potenciais danos causados pela quimioterapia. O profissional responsável pode ajustar doses e alterar os esquemas de tratamento quando julgar necessário.” – Dr. Fabrício Pontes Grando, Médico Oncologista (CRM 27939 / RQE 19193).

Para isso, é necessário que o tratamento com médico oncologista seja realizado de forma cuidadosa, com profissionais qualificados e experientes. Em caso de dúvidas, os profissionais do Núcleo Integrado de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (NICAP) podem ajudar.

Sobre o autor: 

Dr. Fabrício Pontes Grando, Médico Oncologista (CRM 27939 / RQE 19193) formou-se em Medicina pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Realizou clínica médica e oncologia clínica  pela Universidade Federal de Ciência da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Atualmente, integra a equipe de oncologia clínica do Centro de Pesquisas Oncológicas (CEPON) e da  NOOVA Clínica de Oncologia.

Sobre o NICAP:

O Núcleo Integrado de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (NICAP) é formado por uma equipe de cinco cirurgiões desta especialidade. Somos responsáveis pelo tratamento dos tumores benignos e malignos, infecções, inflamações e doenças congênitas que surgem na região da cabeça e pescoço. Saiba mais aqui.